segunda-feira, 16 de março de 2015

Homilia do Padre Fantico Borges no IV Domingo da Quaresma – Ano B

Homilia do Padre Fantico Borges no IV Domingo da Quaresma – Ano B

A fidelidade de Deus e o desprezo do ser humano!

Na liturgia deste domingo o Senhor nos chama a escuta da Palavra de Deus; a prestar atenção aos enviados do Senhor que anunciam o desejo de divino para vida humana. A infidelidade do Povo em não "auscutar" a Palavra de Deus; em não seguir seus ensinamentos gera a morte, ou seja, o exílio. Viver no seguimentos de Deus requer uma existência capaz de abraçar a vontade do Senhor como caminho de salvação.
A Quaresma converte-se neste tempo em que o Senhor nos chama através da Igreja a refazer o caminha da infidelidade. Quantas vezes a Igreja como enviada de Deus já não alertou a cada um de nós acerca de nossos maus procedimentos? E o que fizemos?... É incontável a misericórdia divina porque ao invés de escutar a Deus, nós o negamos com nosso mau comportamento. E o que faz Deus? Envia-nos seu filho para todo que n'Ele tenha a vida eterna. Diz São João Crisóstomo: "Existe algo que possa comparar-se com tão magnífica bondade? Pois ultrajado pessoalmente como pagamento por seus inúmeros benefícios, não só não assumiu represálias, mas também nos entregou seu Filho para reconciliar-nos com Ele" (IN. São João Crisóstomo. Comentário às cartas de São Paulo aos Efecios).  Deus deu-nos seus Filho sem pecado para morrer por nós quando ainda éramos seus inimigos. Diz ainda São João Crisóstomo: que "Ao que não tinha pecado, disse, Deus o fez expiar os nossos pecados. Mesmo que Cristo não tivesse feito nada mais além de tornar-se homem, pensa, por favor, quão agradecidos a Deus deveríamos estar por ter entregado seu Filho pela salvação daqueles que lhe cobriram de injurias. Mas a verdade é que Ele fez muito mais, e, como se fosse pouco, ainda permitiu que o ofendido fosse crucificado pelos ofensores".(IN. São João Crisóstomo. Comentário às cartas de São Paulo aos Efecios).
Viver segundo a verdade de Deus é adaptar a nossa maneira de pensar, querer, sentir e agir à maneira de Jesus, pois ele é a verdade. Não nos esqueçamos de que no cristianismo, a verdade não é simplesmente um argumento, a verdade é uma pessoa: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). Viver conforme a verdade de Deus é pensar a própria vida segundo o plano de Deus que se manifestou suficientemente no mistério da Palavra de Deus que se encarnou para a nossa salvação.
Mas, como sabemos e experimentamos, não basta saber essas coisas, é preciso lutar para propor-se seriamente o seguimento de Jesus-Verdade. O ambiente no qual nos movemos oferece muitas atrações que não nos conduzem a bom porto, que não nos levam pelo caminho da salvação. O pecado frequentemente se assemelha a uma maçã que, estando podre por dentro, apresenta-se com belíssimo aspecto, bem atraente aos sentidos. O que fazer? Pedir a luz de Deus para vermos que tal fruta está podre, que não alimenta. O Evangelho de hoje ressalta justamente isso: andar na luz, que é sinônimo de andar na verdade.
O cristão tem que ser consciente de que sem a luz da fé na inteligência e sem a caridade na vontade, não fará o bem que almeja. Ninguém pode mover-se sobrenaturalmente sem a graça de Deus. É impossível! A nossa natureza, depois do pecado original, ficou estragada (não totalmente), posteriormente foi resgatada, e, contudo, nela permanece a ignorância e a concupiscência. Essas duas realidades são as que obscurecem a nossa inteligência e debilitam a nossa vontade. A fé vem para curar a ignorância e o amor de Deus vem para dar força à nossa vontade.
Irmãos e Irmã que nossa quaresma não se reduza a quarenta dias. Nos devemos continuar todos os dias a busca em agradar a Deus. São Bernardo de Claraval nos afirma que não devemos esquecer que este pouquíssimo tempo da quaresma não basta para lutarmos contra o mal e a infidelidade, pois toda nossa vida tem como finalidade agradar a Deus. Chegará o momento em que será impossível invocar-los (In São Bernardo. Sermões Litúrgicos Vol I ). Por, isso, o busquemos enquanto podemos.
   


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