quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O DIVINO NO HUMANO.


A busca do divino é algo tão presente na vida do ser humano que toda tentativa de negá-lo deixa sempre um vazio em sua existência. A vida humana forma-se em Deus, nutri-se nele e tende para ele. E o ser humano quanto mais divino mais humano e quanto mais humano, mas expressa Deus. A vida humana e toda forma de vida anelam repousar em Deus e parafraseando Santo Agostinho: o seu ser ficará sempre inquieto enquanto isto não acontecer. Mas onde encontrar Deus, indaga o cético? Como senti-lo, exclama o materialista?
E o hommem/mulher propõe-se a caminhar na busca da divinização do humano. Nesta tarefa de encontrar Deus muitas pessoas procuram-no nos grandes eventos, nas belas catedrais, nos shows musicais, em meio aos gritos como se Deus fosse surdo.
Eu também procuro Deus. Perscrutei em vários lugares, andei em vilas e cidades; averigüei Igrejas e mosteiros; fui aos livros de teologia e enveredei pelas ciências religiosas. Descobri muita coisa, mas algo faltava.
Foi então que me preparando para emitir os votos religiosos perpétuos fui retirar-me, aos cuidados de padre João Pubben, na Cidade de Recife. Lá Deus me fez uma feliz aparição. Em um dos dias do retiro fui levado para conhecer uma casa, na qual habitava uma senhora adoentada.
Chegando lá encontrei um pobre corpo deitado numa pobre cama, vivendo numa pobre casa, numa vida que para muito era pobre de sentido. Mas aquele conjunto de pobres realidades revelou-se numa riqueza que jamais esqueci.
Aquela pobre vida manifestava uma imensa riqueza, da qual dinheiro nenhum pode comprar, reis e governantes em seus opulentos palácios não podem possuir. Aquela vida tetraplégica e simples revelava a ALEGRIA, A PAZ E O AMOR DE DEUS. A visita tornou-se um ato místico de experiência do DIVINO NO HUMANO: o vislumbre da sacramentalidade da vida apontando as feições amorosas do criador exprimíveis na criatura. Vi Deus naquela mulher e ela no silêncio do seu corpo, debilitado e imóvel, fez-me encontrar Deus a quem procurava.
Deus, então, ganhou um rosto, uma forma, um contorno. Essa experiência do Divino tem um nome e uma bela história; numa mulher cheia de Deus, porque cheia de amor. Falava de e com Deus pelo sofrimento e pela dor. Deste dia em diante quando quis encontrar Deus segui o caminho indicado por essa experiência mística chamada: Francisca Moura Lopes.





Pe. Fantico Nonato Silva Borges,CM

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