quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A Morte de Deus em Friedrich Wilhelm Nietzsche

1. Friedrich Wilhelm Nietzsche: O Homem e suas Obras

Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu a 15 de outubro de 1844 em Röcken, localidade próxima a Leipzig. Karl Ludwig, seu pai, pessoa culta e delicada, e seus dois avós eram pastores protestantes; o próprio Nietzsche pensou em seguir a mesma carreira. Em 1849, seu pai e seu irmão faleceram; por causa disso a mãe mudou-se com a família para Naumburg, pequena cidade às margens do Saale, onde Nietzsche cresceu, em companhia da mãe, duas tias e da avó. Criança feliz, aluno modelo, dócil e leal, seus colegas de escola o chamavam "pequeno pastor"; com eles criou uma pequena sociedade artística e literária, para a qual compôs melodias e escreveu seus primeiros versos.[1]
Em 1858, Nietzsche obteve uma bolsa de estudos na então famosa escola de Pforta, onde haviam estudado o poeta Novalis o filósofo Fichte (1762-1814). Datam dessa época suas leituras de Schiller (1759-1805), Hölderlin (1770-1843) e Byron (1788-1824); sob essa influência e a de alguns professores, Nietzsche começou a afastar-se do cristianismo. Excelente aluno em grego e brilhante em estudos bíblicos, alemão e latim, seus autores favoritos, entre os clássicos, foram Platão (428-348 a.C.) e Ésquilo (525-456 a.C.). Durante o último ano em Pforta, escreveu um trabalho sobre o poeta Teógnis (séc. VI a.C.). Partiu em seguida para Bonn, onde se dedicou aos estudos de teologia e filosofia, mas, influenciado por seu professor predileto, Ritschl, desistiu desses estudos e passou a residir em Leipzig, dedicando-se à filologia. Ritschl considerava a filologia não apenas história das formas literárias, mas estudos das instituições e do pensamento. Nietzsche seguiu-lhe as pegadas e realizou investigações originais sobre Diógenes Laércio (séc. III), Hesíodo (séc. VIII a.C.) e Homero.
A partir desta pesquisa começa nietzsche a delinear seu caminho crítico frente a tudo que apresentava-se como cultura da razão pura. Em 1871, publicou O Nascimento da Tragédia, a respeito da qual se costuma dizer que o verdadeiro Nietzsche fala através das figuras de Schopenhauer e de Wagner. Nessa obra, considera Sócrates (470 ou 469 a.C.-399 a.C.) um "sedutor", por ter feito triunfar junto à juventude ateniense o mundo abstrato do pensamento. Segundo, Giovanni Reale, Socrates e Platão são sintomas da decadencia Grega.[2] A tragédia grega, diz Nietzsche, depois de ter atingido sua perfeição pela reconciliação da "embriaguez e da forma", de Dioniso e Apolo, começou a declinar quando, aos poucos, foi invadida pelo racionalismo, sob a influência "decadente" de Sócrates. Assim, Nietzsche estabeleceu uma distinção entre o apolíneo e o dionisíaco: Apolo é o deus da clareza, da harmonia e da ordem; Dioniso, o deus da exuberância, da desordem e da música. Segundo Nietzsche, o apolíneo e o dionisíaco, complementares entre si, foram separados pela civilização.
Em 1879, ao deixar a catedra na Basileia Nietzsche inicia sua grande crítica dos valores, escrevendo Humano, Demasiado Humano; seus amigos não o compreenderam. Rompeu as relações de amizade que o ligavam a Wagner e, ao mesmo tempo, afastou-se da filosofia de Schopenhauer, recusando sua noção de "vontade culpada" e substituindo-a pela de "vontade alegre"; isso lhe parecia necessário para destruir os obstáculos da moral e da metafísica. O homem, dizia Nietzsche, é o criador dos valores, mas esquece sua própria criação e vê neles algo de "transcendente", de "eterno" e "verdadeiro", quando os valores não são mais do que algo "humano, demasiado humano".[3]
Nietzsche, que até então interpretara a música de Wagner como o "renascimento da grande arte da Grécia", mudou de opinião, achando que Wagner inclinava-se ao pessimismo sob a influência de Schopenhauer. Nessa época Wagner voltara-se, ao mesmo tempo, a recusa do cristianismo e de Schopenhauer; para Nietzsche, ambos são parentes porque são a manifestação da decadência, isto é, da fraqueza e da negação.
Em 1880 Nietzsche publica Aurora, com a qual se empenhou "numa luta contra a moral da auto-renúncia". Dois anos depois, veio à luz A Gaia Ciência, depois Assim falou Zaratustra (1884), Para Além de Bem e Mal (1886), O Caso Wagner, Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche contra Wagner (1888). Ecce Homo, Ditirambos Dionisíacos, O Anticristo e Vontade de Potência só apareceram depois de sua morte.

2. O Dionisíaco e o Socrático

Para Nietzsche, um tipo de filósofo encontra-se entre os pré-socráticos, nos quais existe unidade entre o pensamento e a vida, esta "estimulando" o pensamento, e o pensamento "afirmando" a vida. Mas o desenvolvimento da filosofia teria trazido consigo a progressiva degeneração dessa característica, e, em lugar de uma vida ativa e de um pensamento afirmativo, a filosofia ter-se-ia proposto como tarefa "julgar a vida", opondo a ela valores pretensamente superiores, mediando-a por eles, impondo-lhes limites, condenando-a. Em lugar do filósofo-legislador, isto é, crítico de todos os valores estabelecidos e criador de novos, surgiu o filósofo metafísico, que apareceu claramente com Sócrates quando se estabeleceu a distinção entre dois mundos, pela oposição entre essencial e aparente, verdadeiro e falso, inteligível e sensível.
Para Nietzsche, a grande tragédia grega apresenta como característica o saber místico da unidade da vida e da morte e, nesse sentido, constitui uma "chave" que abre o caminho essencial do mundo. Mas Sócrates interpretou a arte trágica como algo irracional, algo que apresenta efeitos sem causas e causas sem efeitos, tudo de maneira tão confusa que deveria ser ignorada. Por isso Sócrates colocou a tragédia na categoria das artes aduladoras que representam o agradável e não o útil e pedia a seus discípulos que se abstivessem dessas emoções "indignas de filósofos".[4]
Por essa razão, Nietzsche combateu a metafísica, retirando do mundo supra-sensível todo e qualquer valor eficiente, e entendendo as idéias não mais como "verdades" ou "falsidades", mas como "sinais". A única existência, para Nietzsche, é a aparência e seu reverso não é mais o Ser; o homem está destinado à multiplicidade, e a única coisa permitida é sua interpretação.
A crítica nietzschiana à metafísica tem um sentido ontológico e um sentido moral[5]: o combate à teoria das idéias socrático-platônicas é, ao mesmo tempo, uma luta acirrada contra o cristianismo. Segundo Nietzsche, o cristianismo concebe o mundo terrestre como um vale de lágrimas, em oposição ao mundo da felicidade eterna do além. Essa concepção constitui uma metafísica que, à luz das idéias do outro mundo, autêntico e verdadeiro, entende o terrestre, o sensível, o corpo, como o provisório, o inautêntico e o aparente. Trata-se, portanto, diz Nietzsche, de "um platonismo para o povo", de uma vulgarização da metafísica, que é preciso desmistificar. Daí que o cristianismo é uma forma de perversão instittos e da vontade de poder.
Nietzsche verzará sua crítica na etimologia do "sentido original" de tudo, pois as próprias palavras não passam de interpretações, antes mesmo de serem signos, e elas só significam porque são "interpretações essenciais". As palavras, segundo Nietzsche, sempre foram inventadas pelas classes superiores e, assim, não indicam um significado, mas impõem uma interpretação. O trabalho do etimologista, portanto, deve centralizar-se no problema de saber o que existe para ser interpretado, na medida em que tudo é máscara, interpretação, avaliação. Fazer isso é "aliviar o que vive, dançar, criar". Zaratustra, o intérprete por excelência, é como Dioniso.
3. A cultura Ocidental Cristã e o Pensamento de Nietzsche

Para Nietzsche a história espiritual do Ocidente foi marcada desde o início por um erro epistemológico, que segundo ele, é mister superar. Nietzsche pensa que o caminho ontologia do mundo como se configurou até o séc. XIX levou o homem moderno a perde-se entre a idéia fundamentação da realidade. É necessário segundo ele, superar a vinculação inexorável que se forjou a partir da metafísica socrático-platônica de que o mundo existente só pode ser na medida que estiver vinculado a uma realidade metafísica ou supra-sensível. Nestes moldes o pensamento nietzschiano como veremos afirmou-se na busca incansável de demonstrar falácia desta unidade sobrenatural com o mundo sensível.
A critica neste sentido será não apenas uma impostação à religião, mas também uma crítica da filosofia, da ciência, da moral, enfim uma crítica da cultura Ocidental. Na verdade, Nietzsche vai pleitear uma luta colossal contra tudo que até o séc. XIX se chamou de cultural grego-romana, ou simplesmente cultural Ocidental. Afirma-nos Colomer que, se Hegel, com sua história do Espírito pensou ter descoberto o processo evolutivo da história como raiz para explicar a integração de todas as coisas, se Hegel acreditou ter respondido positivamente a história da humanidade Ocidental, Nietzsche, representará, ao contrário, a negação de todo o passado, a repulsa a toda tradição e a inversão radical dos valores. [6]
Nietzsche deseja impugna todo valor posto fora do sujeito e rejeita a toda fundamentação que não repousa no homem mesmo. Tal postura desclassifica a razão – como fundamentação metafísica – como instância ordenadora do mundo, que segundo Nietzsche desloca a segurança dos instintos e deforma a realidade. A critica como aponta Estrada, estende-se à própria razão e suas racionalizações: vivemos enganando-nos, escondendo nossos instintos que aparecem racionalizados, e afirmando nossas crenças como forma de auto-afirmação e autodomínio. Esquecemos inconscientemente as projeções que criam nossos valores e a ontologia.[7]
Para empreender tal projeto, Nietzsche cria um plano que, segundo Colomer possui três níveis progressivos. A cada um desses níveis corresponde inevitavelmente um aspecto essencial do pensamento nietzschiano.[8] No primeiro nível estará a busca em responder a pergunta sobre o sentido vida do homem tal como até o presente séc. XIX tinha compreendido. Para ele, tudo se inicia com o pensamento de Platão depois adornado pelo cristianismo. Assim os grandes responsáveis pela decadente cegueira humana são o pensamento socrático-platônico e o cristianismo, aliado obviamente com a cultura européia. Daí emerge a crítica feroz a todos os valores do mundo Ocidental: a verdade, a metafísica, a ciência, a moral e a religião são falsas idéias que precisam ser desmascaradas. Por isso a morte de Deus, fundamento desde edifício será sua primeira tarefa emancipatória do homem.[9] O fundamental do primeiro nível é decretar a morte do Deus cristão.
O primeiro nível conduz inexoravelmente ao segundo, pois se o mundo até o presente momento foi concebido a partir do ideal de um Deus e se o homem foi sempre compreendido na sua existência segundo essa idéia do absoluto; ora, a morte de Deus faz emergir a pergunta: o que é a vida humana então? Para Nietzsche a vida humana está não esta no sentido objetivo do mundo, mas no sem sentido. Disso vem a tese do niilismo nietzschiano. O niilismo é inevitável onde não existe Deus, pois o niilista está onde há ausência de sentido. Por que como Deus está morto, morto também está o sentido objetivo do mundo.
Por fim o terceiro nível é conseqüência lógica como afirma Colomer, da articulação dos dois primeiros. Por que se não há deus e não existindo o sentido objetivo do mundo, sobra apenas o niilismo, porém Nietzsche não deseja estacionar aqui seu projeto. Ele pensa sem superar a negativa afirmação numa positiva abertura.
Nietzsche apresenta-se como criador de um novo mundo, ou melhor, de uma nova compreensão do homem no mundo. Nasce o mais ousado projeto humano: trata-se de um esforço por converte a negação em afirmação, para encontrar no meio do universo sem sentido um pequeno raio de esperança relativa e humana simulacros de verdades, que ainda sem ser verdadeiras enobreçam seu criador, o homem. Daqui brotam ideal do super-homem, do eterno retorno mesmo, da vontade de poder e a transvalorização de todos os valores.[10]
4. A Morte de Deus em Nietzsche.

A idéia de Nietzsche acerca do homem é que ele cria seus próprios valores. O homem é quem confere um sentido a sua vida e ao mundo. Isto Nietzsche afirma em Zaratrusta: o homem é criador de seus próprios valores, que a evolução consiste em dar valor ao seu mundo e o valor se estabelece pela evolução e é por essa evolução que o homem atribui sentido a própria realidade. Para ele o homem compreende-se a partir de si mesmo e não fora de si, como sempre manifestou a metafísica e o cristianismo.
Para Nietzsche a grande falácia do mundo Ocidental, como já vimos no ponto anterior foi ter definido que não existe mundo real sem uma pré-compreensão de mundo ideal ou metafísica. Critica esse critério, pois segundo ele é o homem que profere critério e sentido ao mundo.[11]
O supra-sensível não se apresenta como uma simples ocorrência de algum pensamento, mas como resultado das questões do ser sensível mesmo. Para Nietzsche, o metafísico não está relacionado a uma coisa fora do mundo, mas ao sensível mesmo como condição da experiência mesma. Daí nasce o problema: como o homem pode criar se existe algo que é anteposto a ele, uma realidade fundamental fora dele? Para Nietzsche aqui se encontra o grande problema do Ocidente, o fato de ter unido o ser ideal ao ser real, uni o ser da coisa com a coisa mesma. Essa união fez com que o homem buscasse fora dele algo que pudesse fundamentar a sua realidade. Para Estrada Nietzsche desejava que o homem se preocupasse com o aqui e agora do indivíduo e do instante histórico.[12]
Para Nietzsche os que Platão não pôde fazer, o fizeram e o levaram a cabo os primeiros teólogos cristãos que identificam o ser absoluto de Platão a necessidade do Deus pessoal. Reconhecem no absoluto de Platão o ser que verdadeiramente é, uma espécie de preparatório ou antecipação racional do mesmo e único Deus. Toda filosofia do Ocidente até Kant se moveu, segundo Nietzsche, no horizonte desta concepção:é o problema do ser e do valor que permanecerá unido ao problema de Deus.[13]
A filosofia de Nietzsche, por outro lado, está nas antípodas de uma filosofia na qual não faz falta falar de Deus. Ela pretende ser uma leitura dos sinais e sintomas de uma crise de fé. Segundo Ledure, Nietzsche percebe no cristianismo uma sintomologia da fraqueza e da impotência. O cristianismo resume a o grito dos fracos contra o poder dos fortes e o vigor da vida.[14]
Deve está clara a peculiar literária fórmula nietzschiana Deus morreu que não é uma proposição teórica ou especulativa, mas sim uma proposição parabólica ou dramática. No sentido parabólico ou dramático há uma diferença, na proposição Deus morreu, pois aqui se opera uma síntese entre a compreensão de Deus, do homem e da historia, em seu passado e seu futuro. Então, o que está morto não é Deus mesmo, mas a fé que o homem depositou nele.[15]
Nasce uma critica seria a fé religiosa. A morte de Deus não é somente uma palavra teórica ou conceitual, mas um acontecimento histórico como algo que aconteceu ao homem na sua relação com Deus. Este acontecimento define aos seus olhos a essência de uma época histórica, a nossa. Vivemos num mundo histórico-cultural no qual Deus está ausente em boa parte.
Nietzsche se deu conta da gravidade da crise contemporânea da fé religiosa. Ele assim se opõe sem duvida, a fé cristã, mas também a incrença banal e o conformismo. Nietzsche decreta a morte do Deus cristão e chega a chamar o cristianismo de a mancha negra da humanidade ou vampiro do imperium Romanum.[16]
O fato de Deus está morto significava dizer que a fé no Deus cristão estava em descrença. E como em Nietzsche Deus não consistia apenas criação de certos crentes, mas a pedra singular e a chave da abóbada do mundo supra-sensível, que nele tem seu sustentáculo, a morte dele era a morte também do conceito metafísico e do fundamento supra-sensível do mundo, enquanto realidade de toda realidade. Tudo isso desmorona, a cultura cristã ocidental, na verdade, é uma irrealidade, e, portanto uma mentira. Nietzsche decreta, por assim dizer, o fim de uma era.
Ora, se toda estrutura do mundo, verdades, valores morais, religião estão ligados a Deus e ao ideal metafísico então o desmoronamento e o fim destas estruturas significa o fim de tudo que encontrava nelas seu fundamento. Deste modo, não resta mais nada senão o niilismo, como vontade de poder.[17] O sem sentido configurado como ausência de ordem no mundo, pois é o homem, para Nietzsche, que dá sentido ao mundo por sua vontade de poder.
Pelo que foi dito assim, já podemos vislumbrar, segundo o pensamento de Colomer, os motivos pelos quais Nietzsche se tornou ateu. Ora, seu motivo primeiro é ético, pois ele se opõe a moral ocidental, que condenava a existência do homem a viver como escravo de um mundo fora de si. Todavia, para suprimir a moral é necessário suprimir também a Deus. Nietzsche questiona neste ponto a posição kantiana da moral que segundo Kant é baseado na necessidade de Deus e da imortalidade da alma. Para Nietzsche a moral oprime o homem de fora. O homem não precisa da moral por que ele está para além do bem e do mal.
Nietzsche propõe, como fica claro outro tipo de moral a moral dos fortes, criadores que não conhecem normas e proibições e que nasce do íntimo do ser humano. É que ele propõe na Genealogia da Moral. A moral de Nietzsche é a do homem livre e absoluto. Daí a impossibilidade de coexistir o homem livre e Deus moralizante.
O segundo elemento do ateísmo de Nietzsche é o seu humanismo. Se o homem cria e dá sentido a todos as coisas ele é o único artífice. Nietzsche que demonstrar até onde pode chegar o homem solitário. O homem como único mediador entre a sua criação. Mas se Deus existe, há fora do homem uma ordem objetiva que o limita na sua própria criação. Para existir o homem nietzschiano (super-homem) Deus tem que morrer, como ele mesmo afirma em Zaratrusta: Deus morreu, que nasça o super-homem.
Por fim o terceiro motivo do ateísmo de Nietzsche é teológico, pois segundo Colomer, o homem se impõe como próprio Deus. Afirmava Nietzsche se existisse Deus ele deveria ser um. Na verdade, ele deseja inaugurar a história do novo homem absolutamente livre onde nada é proibido. Aqui fica claro que Deus aparece como rival do homem, que está em combate com o ser humano.[18]




[1] COLOMER, Eusebi, El Pensamiento Alemán de Kant a Heidegger, vol.III, Barcelona, Herder, 1990, p. 229

[2] REALE, G. & ANTISERI, D., História da Filososia, vol III, 3ª ed., São Paulo, 1991, pp. 425-427
[3] NIETZSCHE F, Humano, Demasiado Humano; COLOMER, Eusebi, El Pensamiento Alemán de Kant a Heidegger, vol.III, Barcelona, Herder, 1990, pp. 244-245

[4] REALE, G. & ANTISERI, D., História da Filososia, vol III, 3ª ed., São Paulo, 1991, p. 426
[5] Nietzsche foi um dos primeiros a criticar a ontoteologia, que segundo ele sobrevive nas filosofias de sentido racional no postulado segundo o qual a história tem uma meta em si mesma. Com a crítica ontoteológica Nietzsche deseja derrubar o bem e o mal como algo objetivo, como forma de afirmar a existência de Deus. Como nos diz Estrada, em Nietzsche o problema do bem e do mal, ou da realidade é uma forma de contrapor a teologia. Cf. ESTRADA, Juan Antonio, Imagem de Deus: A Filosofia ante a Linguagem Religiosa, São Paulo, Paulinas, 2007, p. 221
[6] COLOMER, Eusebi, El Pensamiento Alemán de Kant a Heidegger, vol.III, Barcelona, Herder, 1990, pp. 262-263
[7] ESTRADA, Juan Antonio, Deus nas Tradições Filosóficas, vol.II Da Morte de Deus à Crise do Sujeito, São Paulo, Paulus, 2003, p. 177
[8] Op. Cit. 264
[9] COLOMER, Eusebi, El Pensamiento Alemán de Kant a Heidegger, vol.III, Barcelona, Herder, 1990, p. 264
[10] Para Nietzsche o mundo é um conjunto de forças finitas. Somente a vontade de poder, aliada ao ideal do super-homem surge como princípio absoluto, que permite transmudar os valores e criar novos. Cf. Bernard Lauret, A inocência do Devir, in Concilium 165/1981/5 Teologia fundamental Nietzsche e o Cristianismo, Petrópolis, vozes, 1981, pp. 120-122
[11] Para Nietzsche se o medo ao caos e o devir da realidade leva a uma organização racional, axiológica e moral do mundo, também implica a teologia. Assim a problemática de Deus como princípio fundamental e lógico para explicar a ordem no mundo é um erro filosófico, pois deste forma o homem estava preso a outra ordem que não está no mundo e portanto fora dele que limita e delimita sua relação com o mundo real. Ver. ESTRADA, Juan Antonio, Deus nas Tradições Filosóficas, vol.II Da Morte de Deus à Crise do Sujeito, São Paulo, Paulus, 2003, pp. 178-179
[12] Ibid.
[13] COLOMER, Eusebi, El Pensamiento Alemán de Kant a Heidegger, vol.III, Barcelona, Herder, 1990, p. 266
[14] LEDURE, Y, O Pensamento Cristão face à Crítica de Nietzsche, IN Concilium 165/1981/5 Teologia fundamental Nietzsche e o Cristianismo, Petrópolis, vozes, 1981, p. 58
[15] COLOMER, Eusebi, El Pensamiento Alemán de Kant a Heidegger, vol.III, Barcelona, Herder, 1990, p. 266
[16] NIETZSCHE, F., O Anticristo, § 58
[17] Aqui cabe bem o comentário de Estrada ao afirma que o niilismo moral, epistemológico e ontológico, vem ser contraposto ao mundo estável e seguro constituído pelos cristãos apoiado em Sócrates e Platão. A alternativa nietzschiana será à vontade de poder sobre a razão, dos instintos sobre as construções mentais, da liberdade contra os costumes, da criatividade pessoal contra uma ordem previa, enfim da estética contra a ética. Cf. ESTRADA, Juan Antonio, Imagem de Deus: A Filosofia ante a Linguagem Religiosa, São Paulo, Paulinas, 2007, p. 225
[18] COLOMER, Eusebi, El Pensamiento Alemán de Kant a Heidegger, vol.III, Barcelona, Herder, 1990, pp. 275-278

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