quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Homilia do Pe. Fantico, CM - Missa de Nossa Senhora Aparecida

Homilia do Pe. Fantico Borges, CM  -  Missa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Maria  mãe de Deus e nossa, senhora Aparecida
Maria mãe de Deus é modelo para toda a Igreja, ela é mãe dos redimidos, advogada dos aflitos, intercessora sempre atenta e mãe clementíssima. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade de divina, que lhe foi anunciada pelo anjo Gagriel, tornou-se para nós Estrela da Evangelização. Como nos ensina o Venerado São Elredo, abade, que aproximando-nos de Maria, esposa do Senhor, aproximemo-nos também de sua ótima serva. O que faremos ao abeirarmos dela? “Que presente lhe ofereceremos? E se pudéssemos ao menos, dar-lhe de volta o que por justiça lhe devemos! Nós lhe devemos honra, nós devemos serviço, nós lhe devemos amor, nós lhe devemos louvor. Honra, porque é a mãe de nosso Senhor. Quem não honra a mãe, sem dúvida alguma, despreza o Filho” (Sermões de Santo Elredo, Abade 20,2). Já diz a escritura: honram teu pai e tua mãe (Dt 5,16).
É preciso nunca perder de vista que antes do sim de Maria estávamos nas trevas do pecado e da ignorância. Perdidos na escuridão de nosso faltas, sem alento em meio as dores. Com Cristo nasce nova vida; e como foi no seio de Maria que nasceu o Salvador podemos dizer que em Maria, na ordem da natureza, a igreja também nasce em seu seio virginal. Ensina Santo Elredo que “ela é nossa mãe, mãe de nossa vida, mãe de nossa incorruptibilidade, mãe da nossa luz” (Sermões de Santo Elredo, Abade 20,2).  Ora, sendo ela mãe de Cristo, ela é, portanto, mãe de nossa sabedoria, de nossa justiça, de nossa santificação, de nossa libertação. Assim é mais nossa mãe do que a mãe do nosso corpo. Dela provindo, é nobre o nosso nascimento; porque vem dela nossa santificação, nossa sabedoria, nossa justiça, santificação e libertação.
Já o Concílio Ecumênico Vaticano II, no seu oitava capitulo afirma: “ a maternidade de Maria, na economia da graça, perdura sem cessar, a partir do consentimento que prestou fielmente na Anunciação, que mante4ve sem vacilar ao pé da cruz, até à consumação final de todos os Eleitos. De fata, depois de elevado aos céus, não abandonou esta missão salvífica, mas, por sua múltipla intercessão, continua a obter-nos os dons da salvação eterna.  
   Dizia o Papa São João Paulo II em seu discurso na dedicação da Basílica de Aparecida que pelos méritos de seu Filho, é imaculada em sua conceição, concebida sem a mancha original, preservada do pecado e cheia de graça. Nela, a arca da Nova Aliança, vestida de sol, templo onde habita Deus, sinal e instrumento da Aliança de Deus com a humanidade. Afirma São João Paulo II que Maria não pronunciou um sim passivo, mas ativo. Ao confessar-se a serva do Senhor ela acolhe em seu coração e em seu seio o autor da vida, o Redentor nosso, Jesus Cristo. Assim, Maria não foi instrumento meramente ocasional nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e inteira obediência. Sem nada tirar ou diminuir e nada acrescentar à ação daquele que é o único Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria aponta as vias da salvação, vias que convergem todas para Cristo e para sua obra redentora. É por isso que o povo de Deus, na sua teologia simples e natural afirma, que nada se faça para Jesus sem Maria!
Temos a firme certeza que Maria nos leva mais seguramente a Cristo, nossa esperança! Isso o Concílio Ecumênico Vaticano II já apontava a afirmar: “a função maternal de Maria em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo, antes, manifesta a sua eficácia”.  
No nosso continente cristão, eminentemente católico, a figura de Maria torna-se mais visível; não é por acaso as manifestações e agradecimentos que acompanham o ano litúrgico, quase que inteiramente: o mês de maio repletos de homenagens com as coroações de nossa Senhora; a festa do Círio de Nazaré, as comemorações Aparecida em todo Brasil, são apenas amostras da vivacidade de Maria na fé do nosso povo cristão.
A Igreja, como mestra e guardiã da fé tem sempre os olhos voltados a Maria, que permanecendo Virgem deu à luz o Salvador, por obra do Espírito Santo. Qual é a missão da Igreja senão a de fazer crescer Cristo no mundo, e gerar cada vez mais filhos de Deus que encontrem em Jesus sua única alegria. Assim, a missão da Igreja espelha-se na missão de Maria, que gera, cuida e promove as condições para crescer o Plano de Deus. Neste sentido, a devoção mariana é fonte de vida cristã e força na caminhada rumo a meta que é a salvação.
Permaneçamos na escola de Maria, fazendo tudo que Cristo disser; e como outrora, na Galileia, ela cuida para que não falte a alegria de viver. Rezemos com Maria a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida, Santa Virgem Imaculada, a Senhora de Aparecida!
Pe. Fantico Nonato Silva Borges, CM    


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