Homilia do Pe. Fantico Borges, CM
- Missa de Nossa Senhora da
Conceição Aparecida
Maria mãe de Deus e nossa, senhora Aparecida
Maria
mãe de Deus é modelo para toda a Igreja, ela é mãe dos redimidos, advogada dos
aflitos, intercessora sempre atenta e mãe clementíssima. Por sua adesão pronta
e incondicional à vontade de divina, que lhe foi anunciada pelo anjo Gagriel,
tornou-se para nós Estrela da Evangelização. Como nos ensina o Venerado São
Elredo, abade, que aproximando-nos de Maria, esposa do Senhor, aproximemo-nos
também de sua ótima serva. O que faremos ao abeirarmos dela? “Que presente lhe
ofereceremos? E se pudéssemos ao menos, dar-lhe de volta o que por justiça lhe
devemos! Nós lhe devemos honra, nós devemos serviço, nós lhe devemos amor, nós
lhe devemos louvor. Honra, porque é a mãe de nosso Senhor. Quem não honra a
mãe, sem dúvida alguma, despreza o Filho” (Sermões de Santo Elredo, Abade
20,2). Já diz a escritura: honram teu pai e tua mãe (Dt 5,16).
É
preciso nunca perder de vista que antes do sim de Maria estávamos nas trevas do
pecado e da ignorância. Perdidos na escuridão de nosso faltas, sem alento em
meio as dores. Com Cristo nasce nova vida; e como foi no seio de Maria que nasceu
o Salvador podemos dizer que em Maria, na ordem da natureza, a igreja também nasce
em seu seio virginal. Ensina Santo Elredo que “ela é nossa mãe, mãe de nossa vida,
mãe de nossa incorruptibilidade, mãe da nossa luz” (Sermões de Santo Elredo,
Abade 20,2). Ora, sendo ela mãe de
Cristo, ela é, portanto, mãe de nossa sabedoria, de nossa justiça, de nossa santificação,
de nossa libertação. Assim é mais nossa mãe do que a mãe do nosso corpo. Dela provindo,
é nobre o nosso nascimento; porque vem dela nossa santificação, nossa
sabedoria, nossa justiça, santificação e libertação.
Já o
Concílio Ecumênico Vaticano II, no seu oitava capitulo afirma: “ a maternidade
de Maria, na economia da graça, perdura sem cessar, a partir do consentimento
que prestou fielmente na Anunciação, que mante4ve sem vacilar ao pé da cruz,
até à consumação final de todos os Eleitos. De fata, depois de elevado aos céus,
não abandonou esta missão salvífica, mas, por sua múltipla intercessão,
continua a obter-nos os dons da salvação eterna.
Dizia o Papa São João Paulo II em seu discurso
na dedicação da Basílica de Aparecida que pelos méritos de seu Filho, é
imaculada em sua conceição, concebida sem a mancha original, preservada do
pecado e cheia de graça. Nela, a arca da Nova Aliança, vestida de sol, templo
onde habita Deus, sinal e instrumento da Aliança de Deus com a humanidade. Afirma
São João Paulo II que Maria não pronunciou um sim passivo, mas ativo. Ao
confessar-se a serva do Senhor ela acolhe em seu coração e em seu seio o autor
da vida, o Redentor nosso, Jesus Cristo. Assim, Maria não foi instrumento
meramente ocasional nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com
fé livre e inteira obediência. Sem nada tirar ou diminuir e nada acrescentar à
ação daquele que é o único Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria
aponta as vias da salvação, vias que convergem todas para Cristo e para sua
obra redentora. É por isso que o povo de Deus, na sua teologia simples e
natural afirma, que nada se faça para Jesus sem Maria!
Temos
a firme certeza que Maria nos leva mais seguramente a Cristo, nossa esperança!
Isso o Concílio Ecumênico Vaticano II já apontava a afirmar: “a função maternal
de Maria em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única
mediação de Cristo, antes, manifesta a sua eficácia”.
No
nosso continente cristão, eminentemente católico, a figura de Maria torna-se
mais visível; não é por acaso as manifestações e agradecimentos que acompanham
o ano litúrgico, quase que inteiramente: o mês de maio repletos de homenagens com
as coroações de nossa Senhora; a festa do Círio de Nazaré, as comemorações Aparecida
em todo Brasil, são apenas amostras da vivacidade de Maria na fé do nosso povo
cristão.
A
Igreja, como mestra e guardiã da fé tem sempre os olhos voltados a Maria, que permanecendo
Virgem deu à luz o Salvador, por obra do Espírito Santo. Qual é a missão da
Igreja senão a de fazer crescer Cristo no mundo, e gerar cada vez mais filhos
de Deus que encontrem em Jesus sua única alegria. Assim, a missão da Igreja
espelha-se na missão de Maria, que gera, cuida e promove as condições para
crescer o Plano de Deus. Neste sentido, a devoção mariana é fonte de vida
cristã e força na caminhada rumo a meta que é a salvação.
Permaneçamos
na escola de Maria, fazendo tudo que Cristo disser; e como outrora, na Galileia,
ela cuida para que não falte a alegria de viver. Rezemos com Maria a Mãe de
Deus e nossa, sem pecado concebida, Santa Virgem Imaculada, a Senhora de
Aparecida!
Pe. Fantico Nonato Silva Borges, CM
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