Homilia Pe. Fantico Borges, CM – Missa de Natal
Natal de Nosso Senhor Jesus
Cristo, segundo a carne!
Nasceu Jesus, é natal de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo a carne! Vida nova que brota do amor misericordioso de Deus. Aos homens
que viviam nas sombras do pecado, marcados pelas trevas dos erros, nasceu uma
nova luz, uma luz resplandeceu para todos! Essa mensagem fez crescer a alegria
e aumentou a certeza da nossa felicidade.
Todos são chamados a regozijar-se em Deus,
contemplando a sua presença no presépio. Como alegres pessoas que descobriram
um tesouro ou ganhadores de uma loteria, a satisfação invade os corações de
quem descobriu o verdadeiro sentido do natal.
Nasceu hoje para vós o Salvador! Por isso, nesta
noite não cabe tristeza, não cabe amargura ou rancor. Deus veio visitar-nos e
perdoar nossa divida. Alegria e exultação, festa e jubilo felicidade e amor são
esses nossos sentimentos hoje! Abramos nosso coração, abramos nossa vida,
nossos afetos, nossos sentimentos, nossos projetos para o mistério deste dia de
natal.
Belém se faz aqui, hoje, é dia da gente se
encontrar, é dia de renascer, o senhor conosco quer morar! Por Ele os anjos
cantam jubilosos, os coros dos santos exultam de alegria! O anjo de Deus vem
dizer-nos novamente: não tenhais medo! Hoje na cidade de Davi, nasceu para vós
o salvador, que é Cristo Senhor.
Juntemos nossa voz a voz dos anjos no céu a cantar:
glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por ele amados! Essa
mensagem de paz é o símbolo mais concreto do natal. Num mundo que patrocina a
guerra, numa cultura de ameaças, verbalizando um contexto de guerra, onde falta
caridade e sobra arrogância, a passagem do natal quer ser uma palavra de
protesto. Como cristãos não podemos nos calar diante da violência que mata
tantas pessoas, que aborta tantas vidas inocentes. Os cristãos não podem mais
calar em meio aos escândalos de corrupção de ceifam sonhos e massacram os
pobres. Não podemos aceitar passivamente que matem crianças que não chegarão a
conhecer a luz da vida. Não podemos concordar com uma cultura de morte que
massacra milhares de vidas. Enquanto hoje muitos vão para casa comer e celebrar
o natal pense nos milhares de irmãos refugiados que não têm um teto para
descansar, uma escola para estudar, um local para trabalhar. Pense nos tantos irmãos
venezuelanos que fogem da miséria de seu país. Como será para eles o natal? Que
tempo da graça eles podem vislumbrar? Não podemos aceitar que uma américa cristã
conviva com a violência sem fim.
Despojemo-nos, portanto, do velho homem com
atos perversos e renunciemos as discórdias. Partilhemos o amor e um pouco dos
nossos bens com os que nada têm e façamos do natal a festa da solidariedade.
Desde encarnação do Filho de Deus já participamos da natureza divina, não
voltemos à escuridão por comportamentos indignos de Cristo. Lembremos de que
cabeça e de qual corpo fazemos parte!
Neste momento em que o
criador se faz criatura é necessária as palavras de Santo Agostinho: “Expergiscere,
homo: quia pro te Deus factus est homo - Desperta, ó homem, porque por
ti Deus se fez homem! Por tua
causa Deus se fez homem. Estarias morto para sempre, se ele não tivesse nascido
no tempo. Jamais te livrarias da carne do pecado, se ele não tivesse assumido
uma carne semelhante à do pecado. Estarias condenado a uma eterna
miséria, se não fosse a sua misericórdia. Não voltarias à vida, se ele não
tivesse vindo ao encontro da tua morte. Terias perecido, se ele não te
socorresse. Estarias perdido, se ele não viesse salvar-te". Agradeça a Deus sua infinita misericórdia
por ti construindo, já aqui e agora, na cidade dos homens, a cidade de Deus!
Pe. Fantico Borges, CM
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