Homilia do Pe. Fantico Borges, CM – Domingo da
Sagrada Família
No Domingo após o Natal celebra-se a festa da
Sagrada Família Jesus, Maria e José. Deus quis manifestar-se aos homens
integrado numa família humana. Essa Família se torna modelo para toda família
humana. Deus quis nascer numa família, quis transformar a família num presépio
vivo. Pode-se dizer que hoje celebramos o verdadeiro Dia da Família!
A Palavra de Deus em (Eclo. 3, 3 – 7. 14 – 17)
lembra aos filhos o dever de honrarem pai e mãe, de socorrê-los e compadecer-se
deles na velhice, ter piedade, isto é, respeito e dedicação para com eles; isto
é cumprimento da vontade de Deus. Num mundo tão individualista a gratidão é um
sinal profundo de amor a Deus e obediência à sua vontade.
Na segunda leitura, São Paulo, em Cl 3, 12 – 21,
enumera as virtudes que devem reinar na família: sentimentos de compaixão, de
bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportar-se uns aos outros com amor,
perdoar-se mutuamente. Revestir-se de caridade e ser agradecidos. Se a família
não estiver alicerçada no amor cristão, será muito difícil a sua perseverança
em harmonia e unidade de corações. Quando esse amor existe, tudo se supera,
tudo se aceita; mas, se falta esse amor mútuo, tudo se faz sumamente pesado. E
o único amor que perdura, não obstante os possíveis contrastes no seio da
família, é aquele que tem o seu fundamento no amor de Deus.
A Sagrada Família é proposta pela Igreja como
modelo de todas as famílias cristãs: na casinha de Nazaré, Deus ocupa sempre o
primeiro lugar e tudo Lhe está subordinado. Os lares cristãos, se imitarem o da
Sagrada Família de Nazaré, serão lares luminosos e alegres, porque cada membro
da família se esforçará em primeiro lugar por aprimorar o seu relacionamento
pessoal com o Senhor e, com espírito de sacrifício, procurará ao mesmo tempo
chegar a uma convivência cada dia mais amável com todos os da casa.
A família é escola de virtudes e o lugar habitual
onde devemos encontrar a Deus.
Cada
lar cristão tem na Sagrada Família o seu exemplo mais cabal; nela, a família
cristã pode descobrir o que deve fazer e como deve comportar-se, para a
santificação e a plenitude humana de cada um dos seus membros. Diz o Papa Paulo
VI: “Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola
do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e a penetrar o
significado, tão profundo e tão misterioso, dessa muito simples, muito humilde
e muito bela manifestação do Filho de Deus entre os homens. Aqui se aprende
até, talvez insensivelmente, a imitar essa vida”.
Quando os pais de Jesus começam a procura-lo entre
os vizinhos e parentes não o encontra. Somente é encontrado no templo em meio
aos doutores da lei. Isso nos ensina que o lugar onde devemos procurar Jesus é
na Igreja, na comunidade. A Sagrada Família que é um espaço de intimidade com
Deus, sabe que Deus está no templo de Jerusalém. Aqui é a casa de Deus e seu
amor se manifesta pela obediência e respeito.
A família é a forma básica e mais simples da
sociedade. É a principal escola de todas as virtudes sociais. É a sementeira da
vida social, pois é na família que se pratica a obediência, a preocupação pelos
outros, o sentido de responsabilidade, a compreensão e a ajuda mútua, a
coordenação amorosa entre os diversos modos de ser. Está comprovado que a saúde
de uma sociedade se mede pela saúde das famílias. Esta é a razão pela qual os
ataques diretos à família (como divórcio, aborto, união de pessoas do mesmo
sexo) são ataques diretos à própria sociedade, cujos resultados não tardam a
manifestar-se.
O Messias quis começar a sua tarefa redentora no
seio de uma família simples, normal. O lar onde nasceu foi a primeira realidade
humana que Jesus santificou com a sua presença.
Hoje, de modo muito especial, pedimos à Sagrada
Família por cada um dos membros da nossa família e pelo mais necessitado dentre
eles.
Maria,
Rainha da Família, rogai por nós!
Pe.
Fantico Borges, CM
Nenhum comentário:
Postar um comentário