Homilia do Pe. Fantico Borges – III Domingo de Páscoa – Ano A
Cristo é o Caminho para o Pai e o cristão a seta
que aponta para Cristo.
Na Liturgia deste domingo o Senhor nos diz: fica
comigo meu filho! A expressão: Mane
nobiscum, Domine foi o título
daquela Carta Apostólica que São João Paulo II escreveu um ano antes de morrer.
No centro do Evangelho de hoje exaspera o desejo dos discípulos de ficar com
Jesus, pois Ele caminha ao seu lado e ensina as trilhas para o eterno Deus
trino. No ícone desta relação dos discípulos de Emaús, o Senhor nos forma no
conhecimento das escrituras, que culmina no partir do Pão, na eucaristia. E como
disse o Papa São João Paulo II, a igreja nasce da eucaristia, tudo converge
para o sacramento da sua Presença Real de Jesus Cristo.
Fica conosco, Senhor! Que o Senhor permaneça
conosco em pleno século XXI, porque nós queremos continuar servindo a Deus e a
todas as pessoas. “Nós queremos servir a Igreja como ela deseja ser servida”,
não conforme os nossos caprichos ou gostos pessoais. O Papa bento XVI nos recordava também na já citada homilia como
o Bem-aventurado João Paulo II soube descobrir as riquezas do Concilio Vaticano
II, como ele se imergiu na doutrina conciliar e soube expressá-la de distintas
maneiras. “O homem é o caminho da Igreja e Cristo é o caminho do homem”. Sem Cristo
o homem se perde em vil caminhos errôneos. Sem a presença constante de Jesus a
humanidade se desfigura na sua identidade de ser e passa a valor o que tem. Essa
sociedade do descartável enche os nossos jovens de falsas esperanças que levam
ao coas e a desordem cultural e intelectual. De homo sapiens tornar-se homo
demens, ou seja, de pessoal sabias a pessoas doentias. É mister redescobrir
o caminho de retorno para Cristo! E como
fazer? Qual a saída?
É preciso redescobrir essa realidade: a pessoa
humana como caminho da Igreja para apresentarmos a cada ser humano o caminho
que realmente é o seu, Cristo. Precisamos compreender as pessoas, amá-las,
participar das suas alegrias e tristezas, entender o mundo no qual habitamos
junto a elas, acompanhar as situações de pobreza e de riqueza, descobrir o
poder da técnica e dos novos meios de comunicação. A vida cristã não é um jogo
de palavras, nem se limita ao conjunto linguístico. O cristianismo é antes de
tudo vida! Essa vida que se vive vivendo, isto é, no testemunho destemido de
homens e mulheres que enfrentam a batalha diária de ser santos! Não é fácil e ninguém
jamais, querendo enfeitar a verdade com relapsos comportamentos, não caiu em heresia.
Porque no Evangelho de Jesus não cabem meias palavras. Mas como
percorrer esse caminho de testemunho sem vacilar?
Andar por um caminho que não se conhece é muito
difícil! A Igreja, como entende que o homem é caminho para ela, se sabe e se
declara “mestra de humanidade”: há dois mil anos a Igreja Católica tem
acompanhado o ser humano, ela sim entende quem é a pessoa humana e sabe o que é
melhor para ela. E nós temos que colocar todos os meios para que sejamos, na
Igreja e como Igreja, mestres em humanidade. É preciso conhecer os nossos
semelhantes através da simpatia e do amor, conduzidos pelo Espírito Santo, que
nos faz apreciar retamente todas as coisas. O Senhor continua no meio de nós.
Cristo é o caminho do homem. Nós não podemos silenciar
esta verdade. São João Paulo II nos ensinou a não ter medo de ser cristãos e de
pregar o Evangelho. Ele nos ensinou a beleza da fé através da verdade e do
amor. Jesus continua atraindo as pessoas desde a cruz. Jesus Cristo continua
atual, a sua mensagem nunca passará de moda, ele está sempre presente no hoje
da história universal e pessoal.
Pe. Fantico Borges
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