O Sagrado Coração de Jesus e a Eucaristia
Jesus conheceu-nos e amou-nos a
todos durante sua Vida, sua Agonia e Paixão e entregou-se por todos e cada um
de nós: “O Filho de Deus amou-me e entregou-se por mim” (Gálatas 2,20).
Amou-nos a todos com um coração humano. Por esta razão, o sagrado
Coração de Jesus, traspassado por nossos pecados e para a nossa salvação é
considerado o principal sinal e símbolo daquele amor com o qual o divino
Redentor ama o Pai e a todos nós.
O coração é a casa em que estou,
onde moro. Ele é nosso centro escondido, inatingível pela razão e por outra
pessoa; só o Espírito de Deus pode sondá-lo e conhecê-lo. Ele é o lugar da
decisão, no mais profundo de nossas tendências psíquicas. É o lugar da verdade,
onde escolhemos a vida ou a morte. É o lugar do encontro, pois, à imagem de
Deus, vivemos em relação; é o lugar da Aliança.
A Eucaristia é “fonte e ápice de
toda a vida cristã”, pois contém todo bem espiritual da Igreja, que é o próprio
Cristo, nossa Páscoa.
Deus disse a Jeremias: Desce até
a casa do oleiro... (Jr 18,1-6). E nós, aceitamos ser barro nas mãos do oleiro?
Será nossa vida um vaso novo ou um vaso trincado, arranhado, quebrado,
despedaçado? Aceitamos que Deus refaça nossa vida ou achamos que só os outros
têm pecado? Eu quero ser Jesus amado/ como um vaso nas mãos do oleiro/ Toma
minha vida/ faze-me de novo/ Eu quero ser, eu quero ser/ um vaso novo!
A Eucaristia encontra-se
intimamente ligada ao sacramento da Penitência (Ecclesia de Eucharistia, n.
37), pois exige que estejamos num estado de graça e de alegria para que
possamos participar do Banquete da Vida. Quando vamos a uma festa e lá chegamos
e vemos as mesas cheias de deliciosas comidas e bebidas o que fazemos: só
olhamos ou aproveitamos saborear cada guloseima? Assim, é também o Banquete da
Vida. Precisamos descobrir a importância da comunhão em nossa vida. Não podemos
comungar só do Pão da Palavra, mas também do Pão Eucarístico. Daquele pão que
para nós é Corpo de Cristo. Carne e Sangue que dão sabor a nossa vida... Que nos
animam a assumir nosso compromisso de
filhas e filhos de Deus, sobretudo com os pobres.
Às
vezes não vamos a uma festa porque não temos uma roupa nova ou um presente para
levar. Ficamos tristes e inventamos mil desculpas para justificarmos nossa
ausência. Na Celebração da Eucaristia não precisamos levar presentes, pois, ao
contrário da festa, Cristo é quem se presenteia para nós. Precisamos apenas
vestir a melhor roupa que temos: nosso coração. E nosso coração encontra-se
vestido dignamente para o Banquete da Vida quando vai à Casa do Pai sem mágoas,
sem ódio, sem rancor, sem maldade, sem inveja... Ele encontra-se bem vestido
quando somos capazes de amar sem segundas intenções, sem interesses... Quando
amamos gratuitamente. Nosso coração está elegante quando somos capazes de ser
solidários, fraternos e justos, especialmente quando praticamos a justiça para
com os excluídos da nossa sociedade e, infelizmente, muitas vezes do Banquete
da Vida. Entretanto, só teremos um coração assim: verdadeiro e humano, quando
conseguirmos enxergar no sacramento da Penitência (Confissão) o meio para
orientar nossas vidas. O sacramento da Penitência é como a volta de um filho
que há anos não visitava seus pais. Certo dia... Assim é a Eucaristia e a
Penitência. A conversão e a penitência cotidiana encontram sua fonte e seu
alimento na Eucaristia, pois nela se torna presente o sacrifício de Cristo que
nos reconciliou com Deus; pela Eucaristia são nutridos e fortificados aqueles
que vivem da vida de Cristo.
A
comunhão aumenta a nossa união com Cristo. Receber a Eucaristia na
comunhão traz como fruto principal a união íntima com Cristo Jesus. Pois Jesus
diz: “Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e eu nele”
(Jo 6,56). O que o alimento material
produz em nossa vida corporal, a comunhão o realiza de maneira admirável em
nossa vida espiritual.
Procuro abrigo nos corações/ de
porta em porta desejo entrar/ Se alguém me acolhe com gratidão/ faremos juntos
a refeição...
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