Homilia
do Pe. Fantico Borges, CM – XXXIII
Domingo do Tempo Comum – Ano B
Onde há Cristo sempre haverá
esperança!
A liturgia deste domingo, o
penúltimo do tempo comum de 2018, fala da volta de Cristo manifesta nos sinais
dos tempos que antecedem a segunda vinda de Jesus. O próximo domingo, dia 25,
será o Domingo de Cristo Rei, ou seja, a festa da vitória, o trunfo do reinado
de Jesus Cristo.
Na primeira leitura é clara
a convicção do autor que existe vida após a morte e que todos ressuscitarão uns
para felicidade eterna outros para opróbio eterno. Neste sentido, a Palavra de
Deus convida-nos a meditar no fim último do homem, no seu destino derradeiro. A
meta final, para onde Deus nos conduz, faz nascer em nós a esperança e a
coragem para enfrentar as adversidades e lutar pelo advento do Reino. Jesus deseja
animar a todos que confiam em Deus a não desanimarem diante das dificuldades existentes.
O Profeta Daniel (Dn 12,
1-3) mostra o povo judeu oprimido sob a dominação dos gregos. Muitos judeus,
apavorados pela perseguição, abandonavam até a fé. O objetivo do livro de
Daniel é animar o povo a resistir diante dos opressores e lembrar que a vitória
final será dos justos que perseverarem fiéis. É a primeira profissão de fé na
Ressurreição, que se encontra na Bíblia. É interessante notar que existe uma
relação com a vinda de Miguel, o defensor e Jesus o Filho do Homem que vem para
reunir os eleitos de Deus.
No Evangelho (Mc 13, 24-33)
no discurso escatológico, Jesus ensina como os seus discípulos devem viver no
tempo que vai de sua elevação da terra até o seu retorno glorioso. Jesus
anuncia a destruição de Jerusalém e o começo de uma nova era, com a sua vinda
gloriosa após a ressurreição. A intenção não era assustar, mas conduzir a
comunidade a discernir os fatos catastróficos e o futuro da comunidade cristã
dentro da história.
O importante não é pensar
no fim do mundo, mas no início de uma nova mentalidade no mundo, ou seja, um
mundo onde os valores humanos são respeitados e Deus não é usado para
salvaguardar privilégios de uns poucos predestinados. Jesus manifesta com seu
modo de ser que Deus está do lado dos justos, que cumprem a vontade de Deus. Não
importa saber o dia e hora, o que é essencial é está sempre preparado para este
dia. Portanto, o mais importante não é saber quando isso irá acontecer, mas sim
estar vigilantes e preparados para ele. O cristão não pode ficar de braços
cruzados, esperando que as coisas simplesmente aconteçam. O Papa Francisco
chama toda Igreja a olhar para mundo e ver os sinais dos tempos. Ser cristão e
não olhar para realidade humana é não compreender o sentido real do Cristo. Ele
se fez carne, gente, entrou no mundo e a partir dele salvar o homem
integralmente.
A vida é realmente muito
curta e o encontro com Jesus está próximo. Mas não se pode dizer Ele está aqui
ou Ele está ali! Jesus está em nós. Essa certeza evangélica ajuda-nos a desprender-nos
dos bens que temos e aproveitar o tempo para ser mais útil aos outros. Como diz
o ditado popular: “quem não vive para servir não serve para viver”.
Neste domingo dia 18 de
novembro o Santo Padre Papa Francisco instituiu o dia internacional do pobre. Com
esse dia, na verdade, o Papa quer alertar a todos os cristãos e a toda gente de
boa vontade, que temos muitos irmãos e irmãs, filhos de Deus, amados por Jesus,
eleitos e convocados ao Reino que vivem esquecidos como se não existissem. Pessoas
que como nós tem esperança em Cristo, mas estão isolados do outro lado do muro
que separa os poucos ricos dos muitos pobres. É uma vergonha que nossa cultura
cristã ou cristianizada ainda fabrique tanta pobreza e injustiça. Mais que um
dia para dar um prato de comida para um pobre, a ideia procurar visibilizar que
existem muitos milhares de pessoas passando fome e morrendo todos os dias sem assistência
alguma.
Pe. Fantico Borges, CM
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